domingo, 7 de novembro de 2010

Em que grupo você está?


Dizem que paixões vão e vem, são efêmeras, são momentos. Dizem que o amor dura, perdura, se estende por tempos incontáveis, alguns dizem que supera a vida.
Esta é a diferença fundamental para se explicar o que é torcer para o Atlético Mineiro. Não é paixão por um time. É amor por uma instituição. E como todo amor, também causa dor profunda e causa alegria inenarrável. E como todo amor, a dor dura poucos momentos, e a alegria inunda por muitos e pequenos motivos. A emoção da alegria que invade o peito ao ver um pai ajoelhado tirando uma foto de seu filho usando o manto sagrado supera a dor daquele gol quase feito perdido por um deslize. A emoção ao ver uma criança sorrir e te apontar na rua e dizer: "_Olhaaaaaa, a moça tá usando uma camisa do Atlético Mineiro!" em plena São Paulo num domingo à tarde, só pode ser traduzida pela palavra amor por esta instituição, um orgulho que enche o peito. Vontade de dizer para todo mundo ouvir: Sim, eu sou A-T-L-E-T-I-C-A-N-A!
Aqueles muitos gols perdidos, aquele sentimento de frustração que invade a alma ao ver consecutivamente, a bola não entrar, após aquela jogada que te deixou com a respiração suspensa, aquele empate amargo que supera até a dor daquela derrota anterior porque era tão possível ganhar e mesmo assim, não aconteceu a vitória esperada e dada como certa, todos estes sentimentos são superados ao ver a torcida se levantar, seja num bar perdido na metrópole São Paulo, por alguns dez ou quinze torcedores ou num estádio com 18 mil, todos cantando a mesma música, o hino de sua instituição, com um arrepio percorrendo a alma, invadindo o cérebro e tocando a alma, e o grito de gol que sai da alma. Os gritos de quase-gol também, quando vemos aquela bola, num momento mágico, superando o goleiro adversário, e quando percebemos, ela está lá, segura firmemente nas mãos do goleiro, então vemos que nosso desejo de gol foi superado pela sorte daquele arqueiro naquele momento.
O sofrimento do quase gol é rapidamente superado pelo próximo ataque, o coração pulando, o desespero que nos faz crer que ali está o fim do mundo, que tem que ser naquele momento ou tudo estará perdido, até o próximo quase gol ou o próximo gol efetivo, quando todo o sofrimento se transforma rapidamente na alegria inexplicável do ser atleticano.
Ver a torcida se levantar, gritar, cantar, xingar, se mover de acordo com o movimento da bola dentro de campo é um espetáculo à parte. Às vezes eu deixo de olhar o jogo por vários momentos para poder assistir a torcida, sim, porque é uma apresentação da alma. Quem nunca fez isto, um dia pare e olhe e sinta.
Isto é entender a diferença entre paixão por um time e amor por uma instituição!
Em que grupo você está?!