terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Recaídas

Finalmente 2011 começou. Não sentirei falta de 2010, um ano que me fez sentir totalmente sozinha e desprotegida por diversas vezes, que me fez repensar tantas coisas.
Mas de tudo que me aconteceu, o que mais me marcou foi conhecê-lo. Um cara que julguei ser diferente, que gravou em mim a impressão de que valeria a pena investir, conhecer melhor, abrir meu coração trancado a tanto tempo.
O primeiro encontro foi marcante. Me lembro que no dia seguinte ao tal encontro meu melhor amigo me perguntou: E aí? E eu disse: É muito fácil me apaixonar por ele.
Eu estava certa. Me apaixonei por um primeiro encontro. Me apaixonei pelas impressões marcadas em minha mente, em meu corpo. E eu esperei que fosse diferente. Mas então veio o dia a dia e muitas coisas aconteceram e muitas outras não aconteceram. O destino, caprichoso como ele só, me afastou dele, suponho que com uma ajudinha dele também. De repente parecia impossível reencontra-lo novamente e confirmar tudo aquilo que me marcou naquele primeiro encontro. Um dia surgiu uma oportunidade. Eu sabia que iria reve-lo. Já estava magoada por vários desencontros, mas ainda assim acreditava naquilo que havia sentido antes. Me arrumei para ele...
Nos vimos, tentei me manter distante, mas era impossível conseguir isto. Ele estava ali, ao meu lado, o tempo todo. Pensei: agora não haverá mais desencontros.
Me enganei novamente. Alguns dias depois ele me disse que estava em outra cidade. Iria trabalhar lá, com previsão de um retorno que me pareceu absurdamente distante. Então uma nuvem negra pairou sobre mim. Minha vida pacata se transformou na agitação para a preparação de uma cirurgia imprevista, mas extremamente necessária. Eu queria muito a presença dele durante aquele tempo e não podia tê-la. Mais do que minha mente confusa e revirada, meu coração estava despedaçado e a solidão total me envolveu. Conversávamos sempre, via internet, mas aquilo era pouco pois eu queria seu abraço, queria encontrar consolo em seus braços. Ele me prometeu que viria me ver assim que pudesse. Eu esperei e enquanto esperava tudo aquilo passou. A cirurgia foi um sucesso, seu resultado também e a recuperação também. Eu me conformei com sua ausência. Percebi que o que eu esperava não iria acontecer. Aquela primeira impressão não correspondia ao cotidiano e decidi esquecê-lo. O primeiro passo seria parar de falar com ele. Este passo era fácil. Quase não nos falávamos mais mesmo.
E parei de falar com ele. Alguns meses se passaram e novamente estávamos no mesmo lugar, no mesmo dia. Ele se manteve ao meu lado e uma guerra era travada dentro de mim. A sensatez de minha mente me dizendo para me manter distante. A insensatez de meus sentimentos me dizendo para não me manter distante. A insensatez venceu aquela guerra mais uma vez naquele dia...
E mais uma vez resolvi investir novamente. Meu coração continuou me dizendo que minha primeira impressão estava certa, ele era diferente. E novamente o silêncio, a distância. O novo encontro aconteceu logo e logo em seguida novamente o silêncio. Aquela boa impressão do primeiro encontro foi se desfazendo aos poucos enquanto o tempo passava, mas ainda assim continuou impossível dizer não.
Final de ano e mais um encontro e mais uma recaída e mais uma vez o silêncio. Percebi que sempre seria assim. Mas mesmo assim, meu coração não consegue se impedir de se magoar todas as vezes. As recaídas o trazem novamente para dentro de mim, mas o silêncio traz a mágoa.
Então o final do ano chegou e então prometi a mim mesma que em 2011 seria diferente. Não haveria mais recaídas. Mas como explicar isto a mim mesma? Como me convencer disto? Como impedir que meu pensamento divague ao encontro dele? Como impedir que eu continue me revirando na cama pensando nele? Sei que não é mais como era antes, que a mágica se desfez. Agora eu sei que ele não é diferente. Mas ainda assim continua dentro de mim. 2011 está apenas começando. Será que este ano será diferente? O que será diferente este ano? Como sempre, só o tempo dirá...

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